As vezes ficamos tão chateados,tão machucados emocionalmente,que fica difícil conseguir escrever alguma coisa.
Que bom seria se conseguíssemos passar um mata borrão ( sou desse tempo ) na alma e no coração,para que toda tristeza,decepção e mágoa fossem absorvidas por ele. Ficaríamos limpos de emoções mal qualificadas,plantadas justamente por quem deveria nos compreender e amar (tanto faz se filhos,marido,companheiros,ou amigos do peito).
maat / 2015
( XIXI COM CHUVA )
Saí de Taquaritinga segunda feira,tipo sete da noite começando chover. Pegamos chuva forte e farta até Rio Claro,mas com pouco transito no asfalto. A gente nem pode reclamar...deixa chover. Sou mijona por natureza e fico mais sensível ainda quando viajo. Graças a Deus as estradas hoje tem varios postos de parada,e todos muito bem paramentados. Mas com chuva,a vontade de fazer xixi se multiplica. Minha sobrinha,que veio bebendo água a viagem inteira para curar ressaca de casamento,também estava necessitada de aliviar a bexiga. E assim viemos,dando varias paradas nos postos da estrada para uma mijadinha básica, e marcando território pelas rodovias que nem cachorrinho no poste.
A viagem foi ótima e de vez enquando eu fechava os olhos e descansava a cabeça no banco do carro,para escutar melhor as vozes,risos e gargalhadas que ainda se manifestavam como éco na minha mente. O reencontro com minhas amigas, ainda estava dentro de mim e talvez assim permaneça por anos,décadas e éons do tempo. Durante o percurso de volta para Sampa,rebobinei cada instante,cada momento vivido com o grupo nesse final de semana ; e constatei que o tempo é curto e passa rápido. Rápido demais.Cada dia é um presente e cada encontro um momento único e precioso que deve ser apreciado com a alma,a mente e o coração.
Sampa....voltei !... I’m here again.
Maat / 2015
EFEITO COLATERAL
O encontro com as amigas ( sexta ,sábado e domingo ) trouxe de volta para minha vida,uma agitação antiga,experimentada por todas nós na adolescência e mocidade. Em outros tempos,experimentávamos um turbilhão de emoções ( todos os dias,todos os fins de semana ) Caminhávamos a cidade inteira,saracotiando pra lá e pra cá…Fazíamos via sacra nas casas umas das outras…e ainda tinham os bailes,quermesses e festas que nunca faltavam (todo santo mês) Absorvíamos tudo numa boa.Tínhamos um fôlego físico e emocional impressionante.
Revivemos agora, em um único fim de semana,todas essas sensações do passado,num turbilhão de emoções que me deixou levemente exaurida,justamente por ter ultrapassado a linha dos sessenta.
Estou aqui, ( feliz e extasiada ) e rouca de tanto falar. Empanturrada de coisas boas tipo, pizza,doces,bolos,cafés,frutas,lanches,pates,bebidas, e empanturrada de lembranças felizes e boas recordações.
Ver de novo o rosto das minhas amigas não tem preço.
Agora…estou recolhida. Uma pausa,um intervalo silencioso e introspectivo, para que eu possa me curar dessa ressaca gratificante.
Quanto as minhas amigas não sei. Mas eu estou com a sensação de que essa cachoeira de alegria e êxtase ( vividas com tanta naturalidade no passado ) hoje me deixa levemente desvitalizada. Acho que está me faltando tutano,para absorver como a sessenta anos atrás,a agitação de emoções em turbilhão - que nesse final de semana- proporcionou a todas nós o resgate temporario de uma juventude que não volta mais.
maat / 2015
CAFÉ COM SAUDADE
Amanhã,depois de mais de trinta anos,nos encontraremos na pizzaria para abraços,sorrisos,confidencias,e recapitulações. Será uma varredura no tempo.
Mas hoje,antecipando a festa,nos reunimos para um "café saudade" no apartamento de uma das meninas. Estávamos em cinco.
Foi divertido,foi saudável e foi bom.
Demos risadas e passamos a limpo algumas situações da vida. Rememoramos alguns momentos dramáticos e outros divertidos da adolescencia. Costatamos a inexorável passagem do tempo,mas nos sentimos gratificadas por toda uma vida pontilhada de proteção Divina. Fato comprovado por cada uma de nós, conforme as histórias pessoais iam sendo contadas.
A tarde foi curta. Não vimos o tempo passar.
O por do sol invadiu silenciosamente o apartamento numa cor púrpura alaranjada,e não muito tempo depois,o céu tingiu-se de um forte azul cobalto, típico de noites quentes de verão.
Abraços,sorrisos e beijos...Hora de ir embora.
Amanhã tem mais !
Maat / 2015
Caminhar a noite me faz bem. Eu me poupo do calor sufocante do sol,refresco as ideias enquanto caminho,e aproveito para conhecer mais de perto algumas casas e alguns quarteirões. Além do mais,essa fobia social de ser vista e reconhecida pelas pessoas,não me pega. A noite todos os gatos são pardos,e eu uma desconhecida incógnica ambulante. Perambulo pelas ruas,completamente desapercebida. Ninguém me ve,não pergunta quem eu sou,quem é minha família nem pra onde vou.É uma tranquilidade.Gosto de ser anônima ( no bom sentido claro ).
Caminhar a noite prepara meu corpo para uma boa noite de sono.É minha terapia mental. Enquanto caminho,rebobino meu dia para saber se fiz o dia valer a pena.
Depois,lá em Sampa onde moro,caminhar a noite é uma atividade quase impossível...digamos perigosa e pouco prazeirosa.
Aproveito quando venho para Taquaritinga e sáio por ai a pé, acobertada pela luz da lua que me protege e ilumina o asfalto. Assim que é bom. Não vejo ninguém e ninguém me ve. Só as estrelas no céu é que sabem pra onde vou.
maat / 2015